Durante a COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, o setor produtivo brasileiro demonstrou um forte compromisso com a sustentabilidade e a redução das emissões de gases de efeito estufa. Liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a participação da indústria brasileira foi marcada por projetos inovadores, debates sobre políticas públicas e a aprovação de um mercado global de carbono, coordenado pela ONU, previsto para 2025.
Iniciativas destacadas
Empresas de diferentes setores, como energia, transporte e papel e celulose, apresentaram medidas concretas para mitigar as mudanças climáticas. Entre os projetos expostos, destacou-se a Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore (Bravo), desenvolvida pela Petrobras em parceria com os Institutos SENAI de Inovação. A Bravo é uma tecnologia pioneira voltada para energias renováveis no litoral brasileiro.
Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI, destacou os esforços contínuos do setor industrial para alcançar a descarbonização:
“Há várias empresas com plano de emissões líquidas zero até 2050, investindo em tecnologias, eficiência energética e modernização das plantas. A sustentabilidade já é um fator de competitividade para a indústria brasileira.”
Políticas públicas e economia circular
A COP29 também foi palco de discussões sobre políticas públicas que promovem a transição para uma economia de baixo carbono. Entre os avanços mencionados estão o marco legal do hidrogênio de baixo carbono, o diesel verde e o biometano, além do recém-aprovado mercado regulado de carbono no Brasil.
No painel “Construindo resiliência por meio da circularidade”, especialistas debateram como a economia circular pode ajudar a mitigar os impactos de eventos climáticos extremos e crises globais. Flávia Teixeira, da Engie Brasil, ressaltou a importância de integrar inovações tecnológicas, fontes renováveis e práticas de circularidade:
“A CNI tem sido fundamental para preparar a indústria brasileira para os desafios impostos pelas mudanças climáticas.”
A caminho da COP30 em Belém
Com a COP30 marcada para novembro de 2025 em Belém, no Pará, o Brasil terá a oportunidade de liderar os debates globais sobre preservação ambiental e desenvolvimento sustentável na Amazônia. Para Décio Lima, presidente do Sebrae, a realização do evento na região é emblemática:
“Belém será o retrato de uma Amazônia protegida, onde economia e sustentabilidade coexistem, mostrando ao mundo a importância de preservar o maior ecossistema florestal do planeta.”
A expectativa é que a COP30 marque uma nova etapa na agenda climática global, com maior engajamento de países ricos em financiar ações climáticas e fortalecer a transição para uma economia sustentável.