O número de utilizadores de bicicletas partilhadas mais do que duplicou na América Latina.

Uma pesquisa recente conduzida pela Tembici, uma empresa líder em tecnologia para micromobilidade na América Latina, concentrou-se na utilização de bicicletas compartilhadas por diversas gerações. O objetivo foi ilustrar a evolução da micromobilidade ao longo dos últimos anos e identificar as principais necessidades, motivações e expectativas dos utilizadores que incorporam o compartilhamento de bicicletas em suas rotinas.

Mudanças como a recessão global, a preocupação com a saúde do planeta, os impactos da pandemia e a busca por flexibilidade têm alterado a maneira como as gerações consomem e integram a micromobilidade em suas vidas. Os dados demonstram que o número de pessoas que usam bicicletas compartilhadas da Tembici aumentou em 123% desde 2018 na América Latina.

 

Os utilizadores das bicicletas compartilhadas “laranjinhas” serão informados sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2).

O estudo indicou que os Millennials (nascidos entre 1981 e 1995) formam o grupo mais representativo, seguidos pela Geração X (1960 a 1980) e a Geração Z (1996 e 2010). Esse aumento contínuo é resultado de uma série de fatores.

Essa geração compreende quase 49% da base de utilizadores que adotam esse modelo de transporte no Brasil atualmente. Sua busca por flexibilidade, bem-estar e consumo consciente são influências significativas na tomada de decisão que leva a esse número expressivo.

 

Opção sustentável em comparação com outros meios de transporte

Os dados indicam que aproximadamente 33% dos utilizadores da Tembici optam pela bicicleta como uma alternativa aos carros e outros meios individuais de transporte para deslocamentos de trabalho, com maior prevalência entre as gerações Z e Millennials. Além disso, 59% das pessoas que aderem a essa modalidade consideram a presença de ciclovias próximas ao local de residência como um fator relevante.

O serviço de bicicletas compartilhadas da Tembici requer que os usuários tenham pelo menos 18 anos, o que significa que parte da Geração Z ainda não tem permissão legal para utilizar o sistema. No entanto, o aumento constante no número desses usuários ao longo dos anos sugere que sua participação provavelmente aumentará nos próximos seis anos, quando os últimos nascidos em 2010 atingirem a idade adulta.

A Geração Z se destaca particularmente em termos de investimento financeiro em bicicletas compartilhadas nos últimos três anos, demonstrando um crescimento significativo de 39% na base de clientes ao longo dos últimos cinco anos.

Além disso, cerca de 32% dos entrevistados revelaram que não utilizavam bicicletas antes do advento do modelo de compartilhamento, indicando como o serviço atua como uma possível porta de entrada para novos ciclistas. Adicionalmente, 40% afirmaram que aumentaram a frequência de seus pedais após adotarem o uso dos sistemas de bicicletas compartilhadas da Tembici.

Tomás Martins, CEO da Tembici, ressalta que o crescente contingente de ciclistas atende a duas aspirações fundamentais: proporcionar um meio de deslocamento eficaz e econômico, além de criar uma abordagem para interagir com as cidades de maneira sustentável e humanizada.

“O ato de compartilhar nunca foi tão comum como nos tempos atuais. É fácil perceber uma rotina na qual as pessoas estão trocando a ideia de possuir por uma mentalidade que valoriza o uso somente quando necessário. Essa é a essência do que chamamos hoje de economia compartilhada”, observa Martins.

 

Ida e Volta ao Trabalho

Outro estudo realizado pela Tembici também revela um notável aumento no uso das bicicletas compartilhadas para deslocamentos de ida e volta ao trabalho, especialmente com o uso das bicicletas elétricas. Entre os homens, o uso das e-bikes para deslocamento diário ao trabalho é 60% maior do que o uso das bicicletas convencionais. Já entre as mulheres, o uso das e-bikes é duas vezes maior em comparação com as convencionais.

As bicicletas elétricas ampliam as possibilidades de uso diário, tornando mais viáveis deslocamentos mais longos e em diferentes terrenos, com menos esforço por parte dos ciclistas. Essa característica permite que muitas pessoas, que anteriormente combinavam diversos meios de transporte em suas rotas, agora optem por utilizar apenas a bicicleta para se deslocar.

Com base nesse aumento de demanda, a Tembici planeja aumentar em 220% a sua frota de bicicletas elétricas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro ainda em 2023. Isso significa que cada uma dessas cidades terá 2 mil bicicletas elétricas disponíveis para compartilhamento. Com essa expansão, essas cidades se tornarão os maiores sistemas de bicicletas elétricas compartilhadas da América Latina.

 

Integração de Bicicletas no Metrô

O vereador André Fraga (PV) de Salvador lançou uma petição para ampliar os horários em que os passageiros do metrô podem embarcar com bicicletas no sistema de transporte público. A campanha visa permitir o embarque das 9h às 16h e das 19h às 22h em dias úteis, e durante todo o horário de funcionamento nos finais de semana e feriados. 

Atualmente, a entrada de bicicletas no metrô é permitida somente a partir das 20h em dias úteis e a partir das 14h aos sábados, além de domingos e feriados. O vereador sustenta que, em um modelo de cidade mais sustentável, a bicicleta deveria ter prioridade e não estar restrita aos momentos de menor movimento de passageiros no metrô. Por isso, ele está lutando por uma maior integração entre esses dois meios de transporte.

Essa iniciativa se inspira em medidas já implementadas em outras cidades do Brasil e do mundo, tais como Amsterdã, Londres, Madrid, São Paulo e Porto Alegre. Este último município já permite o transporte de bicicletas em dias úteis das 9h às 16h e das 19h às 22h, exatamente conforme a proposta para Salvador.