Investimentos na saúde animal e a adoção de inovações tecnológicas podem ser fundamentais na criação de estratégias para superar os desafios na cadeia produtiva.
A promoção da saúde animal é crucial para o desenvolvimento eficaz de qualquer atividade de criação. Cadeias produtivas mais eficientes não apenas beneficiam o bem-estar dos animais, mas também têm um impacto positivo no meio ambiente.
A implementação de estratégias que incorporam tecnologia e investimentos financeiros pode alinhar os objetivos dos produtores com os princípios da abordagem Environmental, Social and Corporate Governance (ESG).
Segundo Luis Xavier Rojas, diretor-presidente da Zoetis Brasil, uma empresa líder em saúde animal, o suporte a médicos-veterinários e pecuaristas pode aumentar a produtividade e contribuir para a melhoria do impacto ambiental resultante da atividade de criação de animais.
A relação entre a saúde animal e a sustentabilidade ambiental tem sido abordada pelo professor Adroaldo José Zanella, da Universidade de São Paulo (USP), no contexto de uma possível liderança do Brasil em produção com impactos ambientais positivos.
O professor destaca a capacidade do Brasil em desenvolver as cinco liberdades essenciais para garantir o bem-estar dos animais na produção:
- Fornecer acesso à água e alimentos, evitando fome e sede dos animais.
- Oferecer abrigo e condições para descanso, assegurando conforto.
- Diagnosticar doenças, aliviar dores e lesões, e proporcionar vacinas e medicamentos.
- Garantir comportamentos naturais aos animais.
- Minimizar o estresse e o medo através de treinamento de manejo adequado e transporte.
É importante também discutir o impacto ambiental da produção de proteína animal. Dietas baseadas em proteína animal podem ser prejudiciais ao meio ambiente se não forem adotadas de forma responsável. Grandes criações podem contribuir negativamente para o ambiente de diversas maneiras, incluindo emissões de gases de efeito estufa, uso inadequado de água, desmatamento e gestão inadequada de resíduos.
De acordo com um artigo de Walter Willett na revista científica The Lancet, o sistema de produção atual pode levar a uma escassez de recursos ambientais até 2050, caso não haja mudanças significativas.
Além disso, alunos e professores da USP recomendam a redução do consumo de carne vermelha processada e o aumento do consumo de vegetais como medidas para melhorar o impacto ambiental.
Os princípios do ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance) têm se tornado cada vez mais relevantes. Esse termo se refere à integração de fatores sociais, de governança e sustentabilidade nas práticas das empresas. Alinhar a produção animal a esses critérios permite avaliar os impactos positivos e negativos da atividade e desenvolver ações para minimizar os impactos adversos e maximizar os positivos.
Os princípios do Pacto Global em favor da sustentabilidade incluem apoio aos direitos humanos, eliminação do trabalho forçado e infantil, promoção da igualdade no emprego, responsabilidade ambiental, uso de tecnologias responsáveis e combate à corrupção.